Publicada em 29/10/2025, 18:50:40
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29/10/2025, 18:50:40
Semarh realiza ação inédita e capacita comunidades tradicionais para gerirem seus próprios CARs
No interior do Piauí, em duas pequenas cidades separadas por menos de 100 quilômetros de estrada de chão, aconteceu algo silencioso, mas revolucionário. Durante este mês de outubro, representantes das comunidades tradicionais Nazaré, em Lagoa de São Francisco, e Tabajara, em Piripiri, participaram de uma capacitação inédita em Cadastro Ambiental Rural (CAR).

A ação, conduzida pelo Centro de Geotecnologias Ambiental e Gestão Florestal (CGEO), da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), formou 20 novos agentes comunitários aptos a elaborar e atualizar os registros ambientais de suas próprias terras. Um passo simbólico, mas poderoso, no caminho da autonomia. Além disso, foram capacitados 145 gestores e técnicos de secretarias municipais de meio ambiente, vitualmente, para dar orientações aos produtores rurais.
O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. Só esse ano, quase 2 mil títulos já foram emitidos. O documento funciona como uma espécie de “CPF da terra”, o documento que garante que o território está devidamente identificado e regularizado. Além de ser essencial para acessar financiamentos e políticas agrícolas, o CAR também assegura que parte da área seja mantida como reserva legal, contribuindo diretamente para a preservação ambiental.
O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. Só esse ano, quase 2 mil títulos já foram emitidos. O documento funciona como uma espécie de “CPF da terra”, o documento que garante que o território está devidamente identificado e regularizado. Além de ser essencial para acessar financiamentos e políticas agrícolas, o CAR também assegura que parte da área seja mantida como reserva legal, contribuindo diretamente para a preservação ambiental.

Capacitação de comunidades tradicionais para gerirem seus próprios CARs.
Desde 2017, a Semarh vem assumindo esse papel de forma gratuita, priorizando pequenos produtores, quilombolas e povos tradicionais. Agora, pela primeira vez, a própria comunidade será capaz de manter o sistema atualizado, sem depender do Estado.
“A gente sempre fez o CAR para as comunidades, mas elas continuavam dependentes da secretaria para cada atualização, quando alguém falecia, quando entrava um novo membro, quando havia mudança nos dados. Era uma demanda antiga e, finalmente, conseguimos atender”, disse Aline Araújo, gerente do CGEO.
Mais do que ensinar o uso de um sistema digital, a iniciativa entrega às comunidades o poder de gerir o próprio território. É o que os técnicos chamam de “empoderamento comunitário”, mas que, na prática, significa liberdade e dignidade.
“O CAR é um documento obrigatório, sim, mas também é um instrumento de cidadania”, explica Feliphe Araújo, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí. “Quando o Estado ensina a própria comunidade a atualizar seus dados, está dizendo: ‘vocês são donos da terra, vocês são guardiões dela’. Isso é o que há de mais bonito nessa ação, o conhecimento deixando de ser um privilégio técnico e se tornando um direito coletivo.”
As capacitações foram conduzidas por técnicos do CGEO, que passaram dois dias inteiros nas comunidades, ensinando desde a coleta de dados geográficos até a atualização do sistema nacional do CAR. O resultado é prático: menos burocracia, mais autonomia e um elo fortalecido entre as políticas ambientais e as pessoas que vivem nelas. Essa foi apenas a primeira ação de várias que devem ocorrer no Estado.
“A gente sempre fez o CAR para as comunidades, mas elas continuavam dependentes da secretaria para cada atualização, quando alguém falecia, quando entrava um novo membro, quando havia mudança nos dados. Era uma demanda antiga e, finalmente, conseguimos atender”, disse Aline Araújo, gerente do CGEO.
Mais do que ensinar o uso de um sistema digital, a iniciativa entrega às comunidades o poder de gerir o próprio território. É o que os técnicos chamam de “empoderamento comunitário”, mas que, na prática, significa liberdade e dignidade.
“O CAR é um documento obrigatório, sim, mas também é um instrumento de cidadania”, explica Feliphe Araújo, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí. “Quando o Estado ensina a própria comunidade a atualizar seus dados, está dizendo: ‘vocês são donos da terra, vocês são guardiões dela’. Isso é o que há de mais bonito nessa ação, o conhecimento deixando de ser um privilégio técnico e se tornando um direito coletivo.”
As capacitações foram conduzidas por técnicos do CGEO, que passaram dois dias inteiros nas comunidades, ensinando desde a coleta de dados geográficos até a atualização do sistema nacional do CAR. O resultado é prático: menos burocracia, mais autonomia e um elo fortalecido entre as políticas ambientais e as pessoas que vivem nelas. Essa foi apenas a primeira ação de várias que devem ocorrer no Estado.