O Cerrado cobre mais da metade do território do Piauí e está entre os biomas mais pressionados pela expansão da fronteira agrícola. É também a “caixa d’água” do país, berço de nascentes que alimentam rios essenciais para o Nordeste e para o Brasil. Preservá-lo, portanto, é preservar a própria vida.

Com esse propósito, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) vem intensificou as ações de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal. Desde o início deste ano, já foram realizadas 13 operações em municípios estratégicos, resultando no embargo de 115 áreas, que somam cerca de 35 mil hectares de vegetação nativa. As irregularidades encontradas renderam ainda R$ 42 milhões em multas.

Para Renato Nogueira, chefe do setor de Fiscalização da Semarh, cada operação representa um freio contra o avanço do desmatamento. “Nosso foco é preservar o Cerrado. As multas são importantes, mas não são o objetivo final. O que buscamos é impedir o avanço ilegal sobre áreas sensíveis e garantir que a natureza tenha chance de se regenerar”, destacou.

O secretário de Meio Ambiente, Feliphe Araújo, reforça que a prioridade do governo está na proteção ambiental, aliada à educação e ao diálogo com produtores. “Não se trata de punir, mas de proteger. O Cerrado é vital para nossos rios, para o clima e para a vida das futuras gerações. Estamos atentos e agindo com firmeza para que cada hectare seja preservado”, ressaltou.

As equipes de fiscalização continuam em campo, mapeando novos alertas de desmatamento, comparando-os com as autorizações emitidas, principalmente em áreas mais sensíveis, além de realizar o monitoramento de territórios onde houve altos índices de ações ilegais no passado. O esforço não é apenas governamental: é uma corrida contra o tempo para salvar um bioma que sustenta aquíferos, garante equilíbrio climático e assegura água e alimento para milhões de pessoas.

No Piauí, a mensagem é clara: o Cerrado tem valor estratégico, e sua proteção é prioridade.