A ação foi conduzida por Karoline Almeida, coordenadora de Apoio e Fomento aos Comitês de Bacias Estaduais, que realizou uma capacitação com os membros do Comitê de Bacia dos rios Piauí e Canindé. O encontro aconteceu na localidade Várzea Grande, em Itainópolis, cidade distante 364 quilômetros ao sul de Teresina. Mais do que uma oficina técnica, foi um exercício de pertencimento: um espaço para compreender que cuidar da água é, sobretudo, cuidar de si.

“O comitê é um instrumento democrático de gestão das águas. Quando a gente capacita seus membros, fortalece o diálogo, a corresponsabilidade e o olhar coletivo sobre o território. O nosso objetivo é justamente esse, fazer com que cada integrante seja também um agente de transformação na sua comunidade”, afirmou Karoline Almeida.

Mas o trabalho não ficou restrito às reuniões. A equipe da Semarh e os membros do comitê levaram o debate sobre os recursos hídricos e os desafios ambientais para dentro das escolas da região. Foram realizadas atividades na Escola Municipal Antônio Marques, em Picos, e na Escola Municipal Sebastião Gonçalves Guimarães, em Itainópolis.

Ali, entre quadros-negros e olhos curiosos, crianças aprenderam sobre o conceito de bacia hidrográfica, os impactos da degradação ambiental e a importância de preservar cada nascente, riacho e vereda. Uma aula de cidadania ambiental em pleno sertão.

“É emocionante ver como as comunidades do semiárido se reconhecem como guardiãs das águas. Fortalecer os comitês e investir em educação ambiental é uma forma de garantir o futuro das próximas gerações e a segurança hídrica do estado.” A avaliação é de Felipe Gomes, diretor de Recursos Hídricos da Semarh.

O gesto simples de reunir técnicos, estudantes e moradores em torno da água revela um sentido maior: o de que as soluções para o clima, a seca e o futuro nascem, antes de tudo, da participação e da consciência coletiva. No Piauí, o caminho da sustentabilidade passa por dentro das escolas, e corre, firme e teimoso, como um riacho que não se deixa secar.