Em um tempo em que a crise climática exige menos discursos e mais coerência entre palavra e ação, o convite feito ao Piauí durante o Workshop de Gestão Ambiental da Amazônia Legal, ocorrido entre os dias 16 e 17 de dezembro, soa como reconhecimento. Isso graças a uma trajetória construída com planejamento, dados, pactos e decisões políticas que colocaram a agenda ambiental no centro do desenvolvimento.

O primeiro dia do evento, realizado em São Luís (MA), marcou também a última reunião de 2025 do Fórum de Secretários da Força-Tarefa de Governadores para o Clima e Florestas (GCF TaskForce). Um espaço estratégico, que reúne os nove estados da Amazônia Legal para discutir desafios comuns e caminhos possíveis diante da urgência climática, da COP30 ao chão da floresta, do financiamento climático ao combate ao desmatamento e aos incêndios florestais.

Mesmo não integrando oficialmente a Amazônia Legal, o Piauí foi convidado a participar do encontro, ao lado da Paraíba. Um gesto simbólico e político, que revela o protagonismo que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) vem assumindo no debate ambiental nacional. Para a superintendente de Meio Ambiente da Semarh, Vitória Alzenir, o convite reforça que o estado tem sido visto como parte da solução.

“Estar aqui, entre os estados da Amazônia Legal, é um reconhecimento ao trabalho que o Piauí vem desenvolvendo. Trazemos resultados concretos do pós-COP30, aprendemos com as experiências da região e, principalmente, construímos pontes. A agenda climática exige cooperação, e esse diálogo fortalece todos nós”, destacou.

Ao longo da programação, os debates passaram por temas sensíveis e estruturantes: acesso ao financiamento climático, Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), ações integradas contra o desmatamento ilegal e os incêndios florestais, programas REDD+, além do plano de ação para o fortalecimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Regularização Ambiental.

Também, presente ao encontro, o diretor de Recursos Hídricos da Semarh, Felipe Gomes, apresentou o balanço das ações do Piauí no contexto pós-COP, com ênfase no REDD+ jurisdicional, área em que o estado desponta como potencial pioneiro no Nordeste. “Estamos focados na integração de conhecimentos com os estados da Amazônia Legal, especialmente nas experiências deles com o mercado de carbono. O Piauí tem avançado de forma consistente e pode ser o primeiro do Nordeste a comercializar créditos de REDD+ jurisdicional. Compartilhar essa construção é uma prioridade do secretário e do governador Rafael Fonteles”, afirmou.

A Amazônia Legal é uma região estratégica do Brasil, não apenas pelo tamanho, mas pela responsabilidade histórica de proteger a floresta e, ao mesmo tempo, promover desenvolvimento com justiça social. Ao ser chamado a esse diálogo, o Piauí reafirma que a agenda ambiental não reconhece fronteiras administrativas: reconhece compromisso, capacidade técnica e visão de futuro.